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Perda de visão associada à ansiedade, depressão – e vice-versa


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O comprometimento da visão e as condições de saúde mental são altamente prevalentes entre os idosos e são as principais causas de morbidade e gastos com saúde

Idosos com deficiência visual têm maior probabilidade de apresentar sintomas de ansiedade e depressão, assim como idosos com sintomas de ansiedade ou depressão têm maior probabilidade de desenvolver comprometimento da visão, apontam os   resultados do Estudo Nacional de Tendências sobre Saúde e Envelhecimento dos EUA.

“Os idosos têm um alto risco de desenvolver problemas de visão em comparação com outros segmentos da população. O comprometimento da visão, particularmente na vida adulta, acarreta em muitas consequências, além de não enxergar com clareza, incluindo  o aumento do risco de surgimento de transtornos de humor”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Usando dados de mais de 7.500 homens e mulheres idosos, a equipe de pesquisadores descobriu que muito mais indivíduos com problemas de visão relataram sintomas de depressão do que aqueles sem problemas de visão: 31% x 13%. O mesmo aconteceu com os sintomas de ansiedade, relatados por 27% daqueles com deficiência visual e 11% dos que não tinham problemas de visão, aponta o estudo publicado no JAMA Ophthalmology.

No geral, mais de 40% dos participantes com deficiência visual apresentaram sintomas de depressão ou ansiedade, em comparação com pouco menos de 19% daqueles sem problemas de visão.  As pessoas com deficiência visual também eram 33% mais propensas a apresentar novos sintomas de depressão, ao longo do tempo.

Ao mesmo tempo, indivíduos com sintomas de depressão eram 37% mais propensos a desenvolver problemas de visão, no futuro, do que pessoas sem depressão, e aqueles com sintomas de ansiedade eram 55% mais propensos do que aqueles sem ansiedade.

“A perda da visão está associada a muitas consequências adversas para a saúde, além de retirar do indivíduo a capacidade de ver claramente. A visão prejudicada não só aumenta o risco de distúrbios de humor, mas também dos  problemas cognitivos, quedas, perda de independência e até de mortalidade”, afirma o oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO.

“A deterioração da visão não é uma parte inevitável do envelhecimento. Estima-se que 80% da perda de visão seja evitável ou tratável. Por isso, o cuidado com a visão é um componente vital para promover a saúde geral, o bem-estar e o envelhecimento ativo”, destaca Virgílio Centurion.

A idade avançada associada à baixa acuidade visual geralmente leva a transtornos de humor e ansiedade. “Esse dado é de relevância clínica porque funciona como uma advertência para os membros da família, que devem procurar atendimento psicológico e psiquiátrico para pacientes com baixa acuidade visual, se observarem qualquer mudança de humor”, afirma Juan Caballero.

O mais interessante sobre este novo estudo é seu foco bidirecional na associação longitudinal entre deficiência visual e saúde mental. “Tanto os profissionais de saúde mental, quanto os oftalmologistas, devem estar cientes da associação bidirecional entre deficiência visual e saúde mental, para poder oferecer apoio sob medida e encaminhamentos oportunos dos quais os pacientes podem se beneficiar diretamente”, defende o diretor do IMO.

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